13 de março de 2013

Fragmentos

A natureza conceitual desse trabalho é a cisão. A cisão que desfigura, descaracteriza, despersonifica, desmancha, descola, desestrutura, desidentifica, desconstrói a imagem original. O fluxo do fazer leva à vivência e à reflexão sobre a persistência, o ritmo, a disciplina, o tempo, o contraste, os fragmentos, a inteireza, o movimento, a repetição, o sensual, a saturação, o cansaço, o espaço, o intervalo, a identidade, o excesso - e essa reflexão possibilita a produção de sentido (d)nesse fazer.

Essa série teve início com uma investigação de materiais. Essa experimentação me colocou, de novo, frente aos excessos e aos incômodos que eles me causam e à pergunta: o que descobrir com os excessos? 

Trabalhei com uma foto minha, ainda exercitando a diversidade de riscos e manchas, de claros e escuros, de cheios e vazios.
Contraste.
Ambivalência.

A intenção não é unir peças como num quebra cabeça. A meta é fragmentar, dividir, separar, cindir. O foco está em cada parte. A unidade sofreu uma cisão, cada espaço cindido é a realidade, e a soma das partes não significa, necessariamente, o todo.

A solução é cindir? E meu desejo de inteireza não permite? Talvez.

Final de 2006

Grafite sobre papel
70cm x 100cm
















Acrílica sobre tela
2.40m x 1.40m

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